DOZE HORAS E DOZE MINUTOS



O texto à seguir foi escrito por Ione Bastos, uma querida amiga (Nerd.) minha.Criadora do tumblr Ne me quitte pas. do qual falei nesse post. Vamos conferir..

Doze horas e doze minutos no momento. É, eu sei que não deveria te ligar, nem escrever pra você, mas passei o dia inteiro travando uma batalho comigo mesma e pensando o que seria certo ou errado. Irônico, não? Eu e você nunca fomos adeptos ao estilo errado, mas também nunca fomos certinhos, fomos inconstantes. Mas acontece que hoje de manhã eu me lembrei de você, como faço todos os dias. Sorridente, com aquele brilho no olhar. E você parecia estar tão, tão feliz sem mim. Confesso que estou com medo de ter te perdido por alguém melhor. Lembra do que eu te dizia, não lembra? ”Eu nunca vou aceitar ver você vivendo outros amores por aí, com alguém que te faça mais feliz do que eu”. Eu estava completamente certa, por que eu ainda não aceito, na verdade nunca aceitei, e você sabe disso. Fiz o possível para que você enxergasse em mim o que não havia em nenhuma delas, uma amor que ninguém mais poderia te oferecer. Um amor verdadeiro. Sempre me pego olhando pras estrelas e pensando em você. É, eu acho que elas são as nossas madrinhas. Isso aí. Elas nos guiam por onde quer que nós estejamos. Mas embora isso tudo seja tão lindo, naquele dia eu não suportei de ter assim, tão você. Na verdade, eu não aceitei que você tivesse encontrado outro porto seguro sem mim. Acho que talvez eu nunca vá aceitar. Eu pensei em voltar só pra ver se você iria me reconhecer. Se o seu olhar iria se encontrar novamente com o meu, e se nessa fração de segundos iria existir algo além da minhas inexplicável vontade de te ter de volta. Uma vontade doentia de correr de encontro a você e dizer tudo que ficou entalado na nossa última conversa. Tudo aquilo saio embaçado durante a minha última lágrima enquanto eu pensava em te ligar de madrugada pra te dizer que ao contrario do que você pensava, eu não estava feliz sem você. Eu queria que houvesse um pouquinho de vontade sua de tentarmos de novo. Mas tudo que eu consegui fazer foi sorrir e te admirar de longe. Eu podia sentir cada pedacinho do meu corpo protestando e gritando para que eu deixasse de ser fraca e corresse atrás daquilo que me pertencia. Mas aí lembrei que já não me pertencia mais. Então como se eu já tivesse visto o suficiente, virei as costas. Foi aí que me lembrei de quando eu ficava nos seus braços me sentindo segura. De quando o meu nome era a definição do seu sorriso, e quando o brilho do teu olhar era o reflexo do meu. E doeu tanto pequeno. Doeu tanto aceitar que eu tinha ficado fazendo parte do seu passado agora, mas que por algum erro do destino, você continuava existindo no meu presente. Eu dobrei a esquina e você continuou lá… parado. E foi aí que mais uma vez eu senti você indo embora de novo. Ouvindo aquele chiado teimoso na minha cabeça dizendo: Porque você não foi atrás dele? Porque você não puxou ele pelo braço, e o roubou pra você? Porque você, como sempre, ficou parada vendo ele ir embora? E foi com esses porquês na minha cabeça que eu refiz do caminho de casa e procurei de manter ocupada o dia todo. E mesmo assim lembrando que meses atrás você estava no meu colo, falando coisas sem nexo sobre as suas coisas infantis. Eu te fazia cafuné ou alisava seus cabelos e com aquele meu jeito torto tentava fazer você falar, sem sucesso. Nessas horas você sempre me vencia com as suas chantagens… Eu sempre cedia fácil demais a aquele teu olhar pequeno, e também só de ouvir aquela sua risada escandalosa e pra ver o seu sorriso vitorioso. Mal sabia você que perdendo, eu perdia muito mais.Eu te juro, te juro que passei o dia inteiro evitando a minha fraqueza, que ela fosse maior que do as minhas promessas de me manter longe… Mas aí então lembrei da sua voz dizendo no meio da madrugada aquilo que eu passava o dia inteiro pra ouvir. Eu pedi você, eu sempre vou pedi você. Pro papai noel, pro coelhinho da páscoa, no dia das crianças, no meu aniversário. Não esqueça disso pequeno. Eu continuo procurando por estrelas cadentes, trevo de quatro folhas, ou horas iguais… Só pra poder fechar os olhos e repeti baixinho: Por favor, me trás ele de volta. Se você soubesse o quanto eu repeti essa frase nos últimos dias, como eu repeti essa frase nessa manhã, como eu estou repetindo agora mesmo, enquanto seguro o celular esperando ansiosamente uma ligação sua. E eu continuo vagando pelos meus pensamentos, tentando encontrar um pouquinho de razão e bom senso que me faça soltar o telefone. Mas eu só queria te ligar pra te dizer que: - Então, eu deveria te dizer o que eu tinha planejado até alguns segundos atrás, não deveria? Pensei em te ligar só pra… perguntar como você está! ( E eu quase pude enxergar você sorrindo, enquanto mordia o lábio de deslizava o dedo pelo cabelo, pensando que eu continuo a mesma boba de sempre, incapaz de inventar desculpas melhores pra poder ouvir a sua voz. Só mais uma vez) - É, eu sei. Essa não é bem a verdade. Eu gaguejo? A verdade é que eu só queria te dizer que… fico feliz por você está feliz! Sabe eu lembrei de você nessa manhã, foi bom te ver. Então como sempre eu me arrependo, me arrependo por gostar demais do seu sorriso, dos seus defeitos. Me arrependo de me sentir confortável mesmo com esse silêncio enlouquecedor que insiste em ficar entre a gente. Me arrependo de desejar o calor do teu corpo a noite, e desejar os seus carinhos durante a tarde. Eu me arrependo o tempo todo de não cumprir as minhas promessas. De não ser forte o suficiente pra te deixar partir, mas de ser fraca o bastante pra não te pedir pra ficar. Eu queria, eu queria muito. Fica, fica um pouquinho mais, rindo das minhas besteiras. Deixa eu ficar só mais um pouquinho ao seu lado, deixa eu sentir que você é real, que você é meu. Prova pra esse coração tão cansado de amar que ainda vale a pena. Mostra que ainda existe um pouco de esperança pra esse casal conturbado que se perdeu no meio do caminho. Só por favor, não solte a minha mão cedo. Não vai embora assim da minha vida. Fica aqui comigo, do meu lado. Deixa eu dizer o quanto eu te amo, deixa eu sentir e acreditar que você me ama também. Só mais um pouquinho, por favor. Eu queria dizer… Mas aí lembrei de você sorrindo, feliz. E quem sou eu pra querer tirar você do céu e te trazer de volta pro meu inferno? Você é outra pessoa agora, e aquilo de ficarmos juntos pra sempre, ficou pra trás. Isso só aumenta a minha vontade de implorar pelo antigo você, que nem é tão antigo assim, de implorar para que seu pedido seja apenas eu. Eu queria tanto te dizer que você ainda me tem, mesmo distante, mesmo não querendo mais, eu sou sua, eternamente sua, mesmo tendo sido esquecida por algum pedaço escuro e frio do teu coração. Ah, e não esqueça menino, eu pedi você. Enquanto existir um coração batendo no meu peito, enquanto existir vida, eu seguirei pedindo você.

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